Equipe LABMUNDO, NEAAPE e OPSA
Na África do Sul, o jornal Citizen comentou o resultado do primeiro turno das eleições brasileiras e ressaltou o clima polarizado da disputa presidencial. Além disso, a matéria destacou os desafios que cada um dos candidatos, Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL), terá no segundo turno para garantir a vitória1.
Na Argentina, a definição da disputa eleitoral entre Bolsonaro e Haddad também foi o principal tema de repercussão na imprensa, destacando-se a ampla vantagem de votos obtida pelo primeiro. Um segundo destaque foi dado aos rumos das candidaturas no segundo turno. Haddad buscaria dialogar com diversos setores da sociedade e costurar alianças com partidos do campo da esquerda com vistas a ampliá-las em direção a partidos do centro. Já Bolsonaro teria se aproximado do mercado financeiro ao anunciar que parte de sua equipe ministerial seria formada principalmente por empresários e banqueiros caso seja eleito2.
Na Bolívia, o jornal El Deber noticiou os protestos ocorridos em diversas cidades brasileiras, no dia 29 de setembro, contra Bolsonaro, descrito como “um ato liderado por mulheres sem vinculação a nenhum partido específico”3 e convocado contra o avanço do machismo, da misoginia, do racismo e da homofobia4. No jornal também constaram notícias relacionadas à autorização de Sérgio Moro à publicização das acusações contra Lula na delação de Antônio Palocci5 e sobre a derrota de Dilma nas eleições para o Senado por Minas Gerais6. Sobre o primeiro turno, constaram nas notícias a saída de Bolsonaro do hospital após receber alta7, o crescimento da rejeição a Haddad8, as acusações de Bolsonaro de que o PT teria comandado “o maior esquema de corrupção do mundo”9, as críticas de Bolsonaro às visitas que Haddad faz a Curitiba para consultar Lula10 e a crescente polarização política no país11. Sobre a eleição do dia 7, El Deber publicou um texto explicando por que a maior democracia da América Latina vivia seu momento mais delicado, com referências à “nostalgia” de Bolsonaro com relação à ditadura militar12, algumas notícias relatando mais denúncias de mais de 600 crimes eleitorais durante o dia13, alguns conflitos com comunidades indígenas no Mato Grosso14, além de constar um perfil de Bolsonaro como “Trump brasileiro”15 e de Haddad como aquele que tem “a missão de ser o Lula em dobro”16. Após noticiar os resultados do primeiro turno17, o jornal divulgou o que chamou de “tsunami político” causado pelo acelerado crescimento de Bolsonaro e as manifestações de Haddad na busca por uma coalizão para enfrentar seu adversário18. El Deber mencionou, também, as denúncias de diversos casos de violência política durante a campanha, com destaque para o assassinato do mestre de capoeira Moa do Katendê, na Bahia19, e como, nos últimos dias, o tom de ambos candidatos se elevou, com Bolsonaro falando no risco que uma eleição de Haddad traria de o Brasil virar a Venezuela, enquanto o petista coloca o candidato do PSL como uma ameaça à democracia20. Também repercutiu no jornal a declaração da candidata a deputada federal Carla Zambelli, do PSL, demonstrando preocupação com a democracia na Bolívia e ajudando a convocar para os atos contra o governo de Evo Morales deste mês21 e as manifestações de Sebastián Piñera, presidente chileno, saudando Bolsonaro22. Por fim, o jornal relembrou uma polêmica entrevista que a atriz estadunidense Ellen Page fez com Bolsonaro em 2016, na qual o candidato emitiu declarações homofóbicas23, e destacou como o candidato está tentando buscar votos da comunidade LGBT apesar de sua postura homofóbica, machista e racista24.
A mídia do Chile noticiou amplamente as eleições, em especial o resultado do primeiro turno. Houve destaque também para o protesto anti-Bolsonaro realizado no dia 29 de setembro, que resultou na maior mobilização de mulheres na história do Brasil. Com o slogan “Ele Não”, o movimento teria mostrado a insatisfação feminina com as declarações machistas e as propostas de desvalorização da força de trabalho da mulher. No dia 8 de outubro, ganharam destaque declarações polêmicas do passado de Bolsonaro, que foi caracterizado de “nostálgico da ditadura militar”, racista e misógino. Segundo analistas chilenos, seus altos níveis de rejeição podem ser decisivos no segundo turno das eleições, embora ressaltem que, em meio à dura polarização que o Brasil vive, a mesma circunstância tende a ocorrer com Haddad. Em 10 de outubro, a mídia destacou as declarações do presidente Sebastián Piñera, quem, a respeito de Bolsonaro, comentou que sentiu “orgulho legítimo porque Bolsonaro falou em seguir o modelo chileno e usar a transparência na luta contra a corrupção”25.
Na China, muitas matérias foram publicadas sobre as eleições brasileiras, antecipando principalmente as expectativas para o primeiro turno. Diversas publicações lançaram matérias sobre resultados de pesquisas eleitorais para presidente26, além de cobrirem o dia do pleito27 e os resultados do primeiro turno, inclusive para o Legislativo28. Ainda houve matérias que destacaram a saída de Bolsonaro do hospital29, o pedido do presidente Michel Temer para maior tolerância durante as eleições30 e as declarações dos ex-presidentes Dilma Rousseff e Fernando Henrique Cardoso que ressaltaram a importância do pleito de 201831.
Na Colômbia, o El Tiempo, principal jornal em circulação, fez uma ampla cobertura da eleição. Noticiou a manifestação liderada pelas mulheres, em 29 de setembro, contra Bolsonaro32; o fracasso de Haddad em herdar todas as intenções de voto de Lula33; o envio inédito de uma missão de observação de eleição da OEA a um país da América do Sul34; o resultado do primeiro turno35; uma entrevista feita com Haddad quando era prefeito de São Paulo, em 2015, sobre sua biografia e a gestão que fazia na cidade36; um conjunto de declarações de Bolsonaro em favor de tortura, estupro, racismo, homofobia, pena de morte e suspeição da eleição caso não a vença37; o apoio dado a ele por igrejas evangélicas38; e sua declaração recente de que a Amazônia deve ser explorada em aliança com outros países39. Além de notícias, publicou três análises: Sara Tufano explicou a falta de apoio de Bolsonaro entre mulheres40; Enrique Santos Molano afirmou que a democracia corre risco no Brasil com Bolsonaro, que classifica como um político de extrema-direita ancorado em fanatismo religioso e fuzis41; e, em editorial, o jornal afirmou que o candidato extremista soube capitalizar os sentimentos de descontentamento e frustração da população com as crises política e econômica do país, de modo semelhante ao ocorrido em outras partes do mundo nos últimos anos42. Por fim, o El Tiempo publicou uma charge em que Bolsonaro aparece dizendo: “Não é possível que estejam me comparando com Trump… Quando me pareço mais com Rodrigo Duterte”43.
A mídia do Equador acompanhou atentamente o desenrolar dos últimos momentos do primeiro turno das eleições brasileiras, noticiando o crescimento de Bolsonaro, sobretudo após o atentado sofrido, bem como o de Haddad, que beneficiou-se com a transferência de parte das intenções de voto do ex-presidente Lula. Segundo a imprensa equatoriana, 958 brasileiros residentes no Equador foram às urnas no primeiro turno44. Também houve cobertura das manifestações ocorridas em diversas cidades no Brasil, protagonizadas por movimentos de mulheres, contra a candidatura de Bolsonaro. Os jornais destacaram a polarização existente entre ambas as candidaturas, no tocante ao direcionamento ideológico de seus programas de governo: enquanto Haddad defenderia um programa progressista no campo social e intervencionista na esfera econômica, Bolsonaro defenderia medidas conservadores no que tange aos costumes e ultraliberal no domínio econômico45. Também houve destaque ao alto índice de rejeição a ambos os candidatos46, à alta fragmentação partidária ocorrida no Congresso após o primeiro turno, à perda de espaço de políticos “tradicionais” comparativamente a novas figuras políticas47 e ao crescimento da presença de militares no Congresso, que duplicou devido ao “efeito Bolsonaro”48. Por conta de sua retórica polêmica e agressiva, Bolsonaro foi comparado a Trump, recebendo a alcunha de “Trump brasileiro”49. O jornal ainda noticiou o baixo desempenho eleitoral da ex-presidenta Dilma Rousseff50. Por fim, houve repercussão da crítica feita pelo cantor Roger Waters a Bolsonaro, que o chamou de fascista durante show em São Paulo no dia 9 de outubro51.
Na Espanha, o jornal El País fez uma extensa cobertura da última semana antes do primeiro turno, seus resultados e o início do segundo turno. Grande parte das matérias girou em torno de Bolsonaro, a quem o periódico adota uma posição bastante crítica. Apresenta-o como uma ameaça de ultra-direita52 e destaca: seu crescimento nas pesquisas a poucos dias do primeiro turno53; o apoio recebido dos evangélicos54; o perfil e as motivações de seu eleitorado55; como sua campanha é amplamente baseada em uma máquina de fake news56 e o papel do Whatsapp em disseminá-las57; o apoio que recebe do mercado através de sinais da Bolsa de Valores58 e a resposta positiva do mercado ao resultado do primeiro turno59; sua ausência no último debate antes do primeiro turno e a entrevista concedida paralelamente em outro canal de televisão60; a preferência que tem de uma elite brasileira que opta por um candidato do tipo “macho alfa”61; a larga vitória que logrou alcançar no primeiro turno62 e como isso dá força para o avanço da ultra-direita no mundo63; seu aceno ao centro com a moderação do discurso64; e as lições tiradas da postura autoritária e anti-establishment que impulsionou sua candidatura65.Outras matérias publicadas sobre as eleições foram sobre: o proeminente papel dos setores militares nesta eleição66; a crise econômica que o Brasil vive antes da chegada do novo presidente67; uma análise do resultado das eleições e da evolução do voto no estados nas cinco últimas votações68; o perfil fraturado do Congresso eleito69; a necessidade de Haddad se voltar para o centro70 e seu respaldo entre o eleitorado mais pobre do Nordeste71; as manifestações organizadas por mulheres contra Bolsonaro72, a abrangência dessa oposição na internet73 e a importância dessas mobilizações para o movimento feminista74; uma coluna do jornalista argentino Carlos Pagni, que defende que essa é a eleição em que se enfrentam “rechaços” e não projetos de governo75; uma entrevista com o jornalista brasileiro Ricardo Boechat em que este afirma que o Brasil não está à beira do colapso e que a tensão da campanha será superada no próximo ano76; outra entrevista com a historiadora brasileira Lilia Schwarcz, em que ela analisa o “fenômeno Bolsonaro” e a necessidade dos brasileiros reconciliarem-se com sua própria história77; uma coluna de Juan Jesús Aznarez, jornalista do periódico, sobre Bolsonaro tratar-se de uma solução “liberticida”, significando o retorno das perseguições políticas da ditadura78; uma coluna da jornalista brasileira Eliane Brum sobre “como resistir em tempos brutos”79; e uma carta aberta do sociológico espanhol Manuel Castells “aos intelectuais do mundo” contra Bolsonaro80. Por fim, publicou um editorial que trata a disputa no segundo turno não como uma disputa entre partidos, mas uma escolha entre democracia ou não81.
Na Índia, o jornal indiano Times of India publicou, em 8 de outubro, os resultados do primeiro turno e fez apontamentos de como será o segundo. A notícia afirma que a eleição foi bastante polarizada e marcada por peculiaridades, como o impedimento de Lula e o atentado contra Bolsonaro. A matéria destaca também a vitória parlamentar do Partido Social Liberal, de Bolsonaro, e o uso habilidoso das redes sociais, mesmo com poucos recursos financeiros e alianças políticas tradicionais. De outra parte, relata que a candidatura de Haddad agora se coloca como defensora da democracia diante das propostas de Bolsonaro e de sua defesa da ditadura militar. O texto também traz a análise de que ambos os candidatos precisarão mover-se ao centro do espectro político para conquistar a maioria dos votos82.
O resultado do primeiro turno foi um dos principais temas destacados pela mídia no México. O foco incidiu sobre o perfil e as propostas de Bolsonaro e o que a sua eventual eleição pode representar para o Brasil e os demais países da região. No editorial do jornal El Universal, assinado por Ciro Murayama, afirma-se que o Brasil está entrando em um “beco escuro” e que o triunfo do candidato do PSL expressa um amplo respaldo a quem faz da anti-política seu atrativo, tece elogios à ditadura e se destaca por sua misoginia, homofobia e racismo. Em outro trecho, Murayama argumenta que o sentimento antidemocrático no Brasil se manifesta em um ódio irracional que se apodera inclusive daqueles que são vítimas potenciais da exclusão e ultraje do candidato em que votam. Murayama encerra seu texto asseverando que o “voto no Bolsonaro é alerta de um tusnami”. Em outro editorial do mesmo jornal, dessa vez com a assinatura de Javier Tejado Dondé, alerta-se para as lições que podem ser apreendidas pelo partido mexicano de esquerda MORENA com as eleições presidenciais brasileiras, sobretudo no que diz respeito ao uso bem sucedido das redes sociais e demais meios não tradicionais de comunicação na campanha eleitoral.83
No início do período, o jornal La Nación, do Paraguai, assinalou o crescimento do Bolsonaro nas pesquisas eleitorais e destacou as manifestações populares contra ele84. O jornal reportou os resultados do primeiro turno e o perfil dos dois candidatos ganhadores, dando destaque às declarações polêmicas de Bolsonaro sobre as armas, a oposição, as mulheres e outros temas. Sobre Haddad, o jornal sublinhou que ele precisa se aproximar do centro para ter chances de ganhar85. La Nación publicou ainda uma reportagem sobre a importância das eleições no Brasil para o Paraguai na visão de analistas do país, que divergem sobre se a relação bilateral ficaria mais complicada ou não com a vitória de Bolsonaro86. Por fim, o jornal replicou uma análise na qual o candidato do PSL é comparado a Trump, pois ambos representariam um rechaço popular ao establishment; teriam uma retórica polêmica e, por vezes, agressiva; seriam acusados de serem misóginos, racistas e inimigos da imprensa tradicional; e saberiam aproveitar bem as redes sociais para se comunicar87.
Em editorial no El Comercio, jornal do Peru, Gisela López Lenci avaliou que o descontentamento popular com a corrupção no sistema político brasileiro, os problemas de segurança pública e as taxas de desemprego produziram um eleitorado explosivo e radical que canalizou sua frustração votando em um candidato admirador da ditadura militar e contrário a LGBTs, população negra e mulheres. Porém, segundo a analista, foi a ausência de Lula na disputa eleitoral que permitiu a ascensão de Bolsonaro nas intenções de voto. Em outro editorial, de autoria da própria redação do jornal, o El Comercio apontou para os riscos que a Amazônia corre com a eventual eleição de Bolsonaro, dadas as suas propostas polêmicas para o meio ambiente, como a diminuição das multas aos agricultores brasileiros que violem as leis ambientais bem como a junção dos Ministérios de Agricultura e Meio Ambiente em um só ministério. Por fim, o estilo pessoal e as táticas de campanha de Bolsonaro foram equiparados com Trump, apesar de ambos os políticos terem trajetórias de vida totalmente distintas.88
Em Portugal, teve grande repercussão no jornal Diário de Notícias o resultado do primeiro turno. O jornal português citou a força eleitoral de Bolsonaro nas redes sociais, especialmente no WhatsApp, e destacou o sucesso de candidatos ao governo estadual e ao senado que vincularam suas candidaturas ao do presidenciável do PSL na reta final da campanha89. Além disso, o jornal divulgou uma notícia sobre hackers russos que tentariam interferir nas eleições do Brasil, segundo a empresa de cibersegurança FireEye, que costuma trabalhar em conjunto com o governo dos Estados Unidos contra ameaças externas ao país norte-americano90.
A cobertura da imprensa da Rússia girou em torno do resultado do primeiro turno e da liderança obtida por Bolsonaro e Haddad91. O jornal Russia Today fez uma matéria destacando as similaridades entre Bolsonaro e Trump, classificando o capitão da reserva como um “Trump dos Trópicos”92. Noticiou ainda o crescimento vertiginoso do candidato ao governo do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC/RJ), beneficiado pelo apoio de Bolsonaro93.
No Uruguai, houve destaque à vantagem obtida por Bolsonaro sobre Haddad no primeiro turno e a uma primeira pesquisa eleitoral divulgada pela revista Veja, que mostrou uma diferença de oito pontos entre os candidatos. Além disso, noticiou-se que a eleição provocou uma renovação do Congresso, que se tornou mais fragmentado que o atual. Por fim, a imprensa ressaltou a repercussão que o resultado do primeiro turno teve no Uruguai. Para a vice-presidenta Lucia Topolansky, o resultado foi “quase uma desgraça”. Ela disse que “há uma tendência conservadora na região, quase um retorno à ditadura”. A ministra do Turismo, Liliam Kechichian, afirmou que a vitória de Bolsonaro no primeiro turno significa “o pior disfarçado de antissistema” e que há “três semanas para defender a democracia e a liberdade”. O ministro de Relações Exteriores, Rodolfo Nin Novoa, disse esperar que as pesquisas de intenção de voto estejam erradas. Já o ex-presidente José Mujica falou que uma vitória de Bolsonaro é perigosa para a região e para o Brasil. Por fim, o Partido Socialista uruguaio emitiu uma nota em que expressou sua “profunda preocupação com a situação alarmante do Brasil” e assinalou que “o espaço político para o diálogo e o entendimento tem sido restringido por uma atmosfera de intolerância, ódio e ameaças”.94
Na Venezuela, o jornal El Nacional noticiou o segundo turno entre Bolsonaro e Haddad. No dia 9 de outubro, uma matéria intitulada ¿Qué impacto tendría en Latinoamérica el triunfo de Jair Bolsonaro?95 trouxe interpretações de estudiosos sobre o significado de uma vitória de Bolsonaro, tida como mais provável. O impacto apontado seria o de maior isolamento da Venezuela de Nicolás Maduro, reforçado pelo governo direitista de Iván Duque, na Colômbia. O texto também elenca o tumultuado tabuleiro geopolítico do continente latino-americano e a dificuldade de se encontrar um padrão para o futuro da região, visto que no México ocorre a ascensão da esquerda, enquanto a direita governa uma série de outros países, embora já apresente sérios sinais de desgaste na Argentina, onde o governo Macri enfrenta uma crise econômica.
Não houve repercussão da eleição na Guiana e no Suriname.
2 CLARÍN. Balotaje en Brasil: según un sondeo Bolsonaro obtendría el 58% de votos válidos y Haddad el 42%, 10/10/2018. Acesso em: 11/10/2018. Disponível em: https://www.clarin.com/mundo/balotaje-brasil-sondeo-da-58-votos-validos-bolsonaro-42-haddad_0_9ntXT5bbi.html. CLARÍN. El candidato ultraderechista Bolsonaro revela parte de su gabinete y ya se muestra como el nuevo presidente de Brasil, 09/10/2018. Acesso em: 11/10/2018. Disponível em: https://www.clarin.com/mundo/bolsonaro-revela-parte-gabinete-muestra-nuevo-presidente-brasil_0_Eo7rgO5ze.html. CLARÍN. Brasil: Fernando Haddad se muestra optmista pero su alianza com otros partidos es estrecha, 10/10/2018. Acesso em: 11/10/2018. Disponível em: https://www.clarin.com/mundo/brasil-fernando-haddad-muestra-optimista-alianza-partidos-estrecha_0_h2M9kil6d.html. CLARÍN. Bolsonaro y Haddad buscan armar alianzas y definen sus planes para el balotaje, 08/10/2018. Acesso em: 11/10/2018. Disponível em: https://www.clarin.com/mundo/bolsonaro-haddad-buscan-armar-alianzas-definen-planes-balotaje_0_rrFpSSo3F.html. CLARÍN. Jair Bolsonaro arrasa en Brasil y queda con amplia ventaja para el balotaje con Fernando Haddad, 07/10/2018. Acesso em: 11/10/2018. Disponível em: https://www.clarin.com/mundo/jair-bolsonaro-arrasa-brasil-queda-amplia-ventaja-balotaje-fernando-haddad_0_2qnsqt2TS.html.